ACTO 1º
Relatos de pesca sem vídeos tem sido raros por estes lados.
Relatos de pescarias no mar idem. Grades sem fim é uma das causas para a 2ª
frase. Este ano vinha sendo fraquíssimo em termos de capturas de robalos, no
seguimento de um ano de 2014 igualmente fraco. Este ano no currículo tinha
apenas um robalo kileiro e dois mikis do tamanho de trutas de ribeiro J, devolvidos claro.
Pois bem, as coisas parece que repentinamente mudaram. E é
isso que vos venho relatar.
Combinei uma saída com o Tozé. O objectivo era o mesmo de
dezenas e dezenas de vezes. Fazer o fim da tarde e inicio da noite, com o virar
da maré.
Atrasamo-nos um pouco à conversa com alguns colegas da
borracha que comentavam só terem saído um par de peixes pequenos. Munidos dos
nossas Lateos e dos nossos Certates e, apostando nos vinis para variar ;), lá
começamos. Passado pouco tempo, e já de noite, o Tozé diz que sim. Estava ali o
primeiro, um peixe já de bom tamanho, que deu uma luta engraçada dada a força
do mar. Deveria ter perto do 1,5kg.
Animados pela captura, pensamos logo que andassem por ali.
Mas naquele local era filho único.
Viramos mais a sul para um pesqueiro que já
nos deu várias alegrias e varejámos durante um bom pedaço. Mas a maré ainda não
tinha descido o suficiente para chegarmos ao local do crime J. Passado pouco tempo, e já com a maré permitindo pescar onde queriamos, um guloso quis um shot de tequila e pimbaaaaaa, toca de me por à prova. Uma
cabeçada e cana toda vergada.
Percebi que poderia ser um bom peixe mas não
imaginei. Repentinamente, o japonês começa a assobiar, zzzzzzzzzzzzzzz e mais
zzzzzzzzzzzzzzzz e mais zzzzzzzzzzzzzz e
mais…..caneco, era bicho de respeito certamente. O mar estava forte e foi
complicado. A noite escura não deixava ver o peixe. O tozé lá me ia dando
indicações. Mantive-me calmo. Momentos antes da captura tinha pedido aos céus
um peixinho “engraçado” e estava ali a resposta. A cana e carreto respondiam à
altura e passado uns minutos diz o Tozé quando o peixe lhe bate nas pernas: “O
que é isto pah??!!!! até me assustei” J. Que grande bicho!
Era um animal imponente. Um robalo lindo, enorme, com uma
cabeça e lombo enormes, peixe para mais de 6kg. Eu só dizia: “O que é isto?,
Que grande bicho!!!!! “
Entrou num vinil Bexafish Kay Tequila Sunrise, para variar
;). Confio muito neste vinil para pescar de noite. Esta cor é a que mais
capturas me tem dado mas também é a que uso mais J.
Fiquei muito feliz com esta captura. Desde Agosto do ano
transacto que não tinha uma captura de alguma dimensão. E soube mesmo bem.
Com a confiança em alta lá continuámos já na companhia do
André Rodrigues e do Alexandre.
Repentinamente o Tozé dá de novo sinal e
novamente um bom peixe! Dizia ele: “É dos grandes, é dos grandes!”. Realmente a
cana toda vergada e o carreto a assobiar confirmavam-no. O peixe tinha força e
carregou para sul, o Tozé já não via nada nem ouvia ninguém. Só o peixe lhe
importava J.
Quase que ia entrando dentro do mar atrás do peixe tal era o entusiasmo. Bom,
depois de “subir e descer pela areia” varias vezes lá conseguiu guiar o peixe
aproveitando uma onda para o colocar a seco. Era de facto mais um exemplar de respeito.
Ligeiramente menor que o peixe anterior mas um peixe espectacular também. A cor
Tequila Sunrise continuava a dar frutos ;).
ACTO 2º
Outro dia de temperaturas amenas. Chegamos ao pesqueiro
animados pela pescaria anterior. A maré estava ainda baixa e a malta do corrico
inundava os pesqueiros. Relatos de peixe entre as 500gr e o kilo estavam a ser
constantes e quase todos os “borracheiros” faziam os seus peixes, alguns um
pouco abaixo do que seria, ou não, expectável.
Não tínhamos pressa e então andamos devagar, falando com
alguns amigos que por lá estavam. Alguns peixes nas redes confirmavam o que já sabíamos.
Andamos de um lado para o outro até pararmos num pesqueiro de muito sucesso
para nós na baixa-mar. Estava lá um amigo da borracha que tinha um par de
peixes e que nos cedeu amavelmente o lugar. Por ele, aquele pesqueiro já tinha
dado o que tinha a dar. Agradecemos e começamos. Mas nada aparecia.
O Tozé
insistiu naquele local mas eu fartei-me e fui mais para norte. Ao chegar a outro
pesqueiro reparo num senhor a corricar com um peixe ferrado. Aproximei-me para
ver e já la estavam o André e o Alexandre. O André tinha acabado de chegar mas
o Alex já la estava e já tinha 2 ou 3 peixes. Vi o outro senhor fazer 3
lançamentos e capturar 3 peixes (!!!). Upa, eles estavam ali!! O André começa a
lançar e peixe ferrado também. Mas ali estava uma multidão (3) e mudei de sitio
mas continuando a ter aquela malta em mira J.
As capturas continuavam a um ritmo alucinante, via eu já mais ao longe.
Estava
mais a norte perto do Sr.Augusto, senhor de idade amigo da maior parte dos
spinners dali, e de outro companheiro que corricavam e já tinham alguns peixes também.
O pessoal da borracha dominava. Andava por ali muito peixe e a razão era
simples. Um cardume de petinga tinha encostado e viam-se algumas mortas na
areia. Mas o cardume estava longe e eu com os meus vinis não sentia nada. O Sr.
Augusto diz-me. “Pah, vocês para apanhar peixe têm que por uma cana a serio e
uma boia de água. Assim não vão lá” J.
Ri-me para dentro e pensei para mim: “vamos ver se apanho peixe ou não” J.
De imediato coloquei
uma amostra voadora. Uma amostra com a qual nunca tinha feito qualquer captura.
Um chivo artesanal espanhol. O lançamento com esta amostra não fica nada a
dever à distancia de lançamento do corrico, especialmente da boia de agua. E ao
1º lançamento tinha um peixe a bater do outro lado!!! Muito bom, parecia desígnio
dos céus. E se calhar era ;).
Estou a trabalhar o peixe e o Tozé está a chegar.
Entretanto a malta da borracha ainda facturava mas a menor ritmo. Eu também não
tinha mais nenhum toque. O peixe estava a mudar a sua posição.
Entretanto o Tozé já pescava a meu lado e em 10 min tinha o
1º dele. Um peixe engraçado tinha entrado num Fiiish Black Minnow branco de
dorso amarelo. O peixe parecia ter-se aproximado com o entrar na noite e a
subida da maré. Mudo também para um BM mas na cor Laranja Amarelo e passado uns
minutos tenho outro peixe, irmão gémeo do outro que tinha pescado;). Peixe não
muito grande mas lutador.
Neste espaço de tempo. tanto eu como o Tozé perdemos um peixe
cada, mas não desmoralizamos e o Tozé ainda fez outro peixe que seria o maior da
noite para nós. Entrou também num black minnow! Estávamos satisfeitos e
cansados também e, por isso, era tempo de ir embora. Soubemos depois das
capturas da malta da borracha. Muito robalo saiu num espaço de 100/200 metros.
Bendita petinga J.
ACTO 3º
Mais um dia desta vez com a moral em baixa…hahaha. Claro que
não!!! Moral altíssima depois de duas idas seguidas com boas capturas. Mais uma
vez a dupla dinâmica! Desta vez fomos na preia-mar fazer o baixar da maré.
Pesqueiros com muita mas mesmo muita areia. Quase irreconhecíveis.
Não sou
daqueles que desanimam e que se lamentam quando os pesqueiros têm muita areia.
Bons peixes já apanhei em areia e assim vai continuar.
Começámos lado a lado. Lançámos ao mesmo tempo e ao mesmo
tempo ficou preso! Rede!!! Caneco!!! Mas consegui soltar e rapidamente sai dali.
Fui mais a sul e passado um par de minutos pimbaaaa, cana vergada!
Este desde
logo fez muita força, dava boas cabeçadas e fazia o Certate cantar. Oh que belo
som! Disse ao Tozé que tinha peixe, enquanto ele fazia nova montagem do vinil
perdido na rede. Perguntou-me se era um peixe bom. Como não lhe disse nada não
teve pressa e lá me aguentei sozinho a trabalhar o bicho. Passado mais uns
segundos e não tinha divida. Era peixe de respeito. Entretanto chega o Tozé e
diz: ”é peixe bom, é cabeçudo!” Seria sim, pelo menos fazia muita força e dava
violentas cabeçadas!
Como era uma zona com muita areia e com alguma inclinação, a
escoa da onda não era muito alta. Ou seja, a agua que vinha não teria mais que
30 ou 40 cm de profundidade. Aproveitando uma escoa consegui trazer o peixe que
não se via, apesar de alguma luz presente.
Não tivemos tempo para pensar quando
um safio comprido se mostra!!! Uiiii! Desta não estávamos à espera!! Um safio
ao spinning. Ficamos ali um bocado sem saber o que fazer!!! Que coisa feia!!!
Obviamente ninguém lhe pôs a mão. O Tozé puxou pela linha enquanto o bicho
tentava comer a mão de alguém que se descuidasse! Caneco. Era um peixe comprido,
com mais de um metro! Vinil totalmente destruído com uma captura “estranha”.
Perguntei ao Tozé se aquilo se comia e ele disse que era bom. Vamos lá
experimentar então.
La continuamos mas nada mais apareceu. Durante mais um par
de horas varejamos e varejamos mas nada.
Tentei de tudo, o mar estava algo forte e pensei em pôr um
vinil que, apesar de apenas por uma vez me ter dado um peixe e que por acaso se
desferrou mesmo ali à beirinha, tenho muita confiança nele.
É um vinil muito
encorpado com um formato de cauda grande que faz uma tracção muito grande na
agua e que se sente como nenhum outro que eu tenha. É um Delalande tipo shad,
de cor mullet, equipado com cabeçote Xorus de 28gr.
Passado 3 ou 4
lançamentos, e fazendo o vinil nadar em diagonal, num caneiro com essa posição em
relação à costa, tenho nova pancada forte!!! Pensei logo se não seria outro
safio hehehe! Naaa, era coincidência demais J.
Mas era um peixe de respeito, mais um!!
Fez força, levou linha, foi a sul
tentando passar o caneiro para o lado, apertei com ele, fi-lo inverter a
marcha (ou apeteceu-lhe J)
e voltou à sua posição original. Passado um par de minutos ali estava ele com o
vinil bem ferrado dentro da bocarra. Concordamos que seria peixe com mais de
3,5kg (estávamos enganados)!
Animados por esta captura continuamos a varejar a ver se o
pai ou avô por ali andavam, mas nada. O Tozé voltou a norte pendurado numa pedra
e eu mantive-me perto dali. Entretanto a maré baixou e já tinha pouca água. Não
sentíamos nada e pensei, talvez ande peixe mais longe e coloquei o lançador
chivo com pelo vermelho. Ao 2º ou 3º lançamento e já bem perto da costa tenho
um ataque de um peixe lutador mas que não deu muito trabalho. Vinha certamente
a perseguir a amostra lá de longe. Era peixe kileiro com cerca de 45cm.
Tinha avisado o Tozé, que voltou para ao pé de mim. Colocou também
ele um chivo mas não mais sinal deles. Entretanto perdi o meu chivo e coloquei
uma zagaia com um atrelado de pingalim vermelho e ferro outro peixe kileiro que,
aproveitando o meu relax total, se pôs a milhas quando já estava quase a seco J. Nada que me
aborrecesse. Já tinha um belo dia/noite de pesca. O Tozé é que ainda não tinha
tido sorte.
Entretanto coloca um BM e consegue ferrar um que para azar se
desferrou também aos pés. Não era o dia dele J.
Mas já foram muitos os dias dele e vão continuar a ser J.
FICHA TÉCNICA:
Canas:
Daiwas Lateo 96M
Carretos:
Daiwas Certate 3012h
Linhas:
Power Pro Super8Slick 0,19 e Sufix 832 0,18
Peixes:
Acto 1º
Robalos com:
1500gr e 53cm (com Fiiish BM 120 Laranja/Amarelo cabeçote 25gr)
6950gr e 90cm (com Bexafish Kay Tequila Sunrise/cabeçote KL 27gr)
5050gr e 80cm (com Bexafish KBX Tequila Sunrise/cabeçote KL 27gr)
Acto 2º
Robalos com:
1350gr e
50cm (com Chivo artesanal Espanhol 45gr pêlo vermelho)
1500gr e
54cm (com Fiiish BM 120 Branco/Fluor)
2500gr e
64cm (com Fiiish BM 120 Branco/Fuor)
1350gr e
50cm (com Fiiish BM 120 Laranja/Amarelo)
Acto 3º
Safio 4700gr
e 120cm (com Bexafish Kay Tequilla Sunrise)
Robalo com
5000gr e 83cm (com Delalande Shad Mullet/Xorus 27gr)
Robalo com
950gr e 45cm (com chivo artesanal 45gr pêlo vermelho)
É assim o Spinning de Costa, em apenas 3 actos o figurino muda totalmente!!! Acreditem sempre, pois qualquer dia pode ser o vosso dia ;)!
Boas pescas a todos, sempre com consciência!